Já não é mais novidade que a dengue tornou-se epidemia no Rio de Janeiro. O que não dá para se conformar é com o modo como as autoridades responsáveis atuam mediante a todo caos oriundo dessa epidemia.
Já não é mais novidade também que o sistema de saúde público do Estado é precário, nos hospitais há falta de tantas coisas que ao invés de tratarem doentes, parece ter se tornado grandes internatos, onde pessoas são amontoadas sem a certeza de que serão atendidas. Não pelo fato dos profissionais serem ruins, mas sim pela pouca infra-estrutura que lhes é dada (má qualidade dos aparelhos, mau estado de conservação dos equipamentos, sem esquecer de mencionar a péssima remuneração paga a esses para que desempenhem um bom trabalho,...).
Diariamente os noticiários anunciam o quadro da dengue no Estado. A cada minuto é diagnosticado mais um caso da doença. O número de mortos já ultrapassou a ultima epidemia e o que o Secretário da Saúde recomenda a população (já que o sistema de saúde não dispõe de mecanismos para combatê-la)...”façam como eu, utilizem calças compridas e blusas de manga longa...”Traduzindo( se não dá para acabar com a dengue pelo menos vamos nos adequar a ela) Talvez a intenção dele deva ser a de confortar a população, mas devíamos esperar mais de uma pessoa que tem por responsabilidade, zelar pela saúde.
O mais triste de poder relatar minha opinião não é devido ao que somente a mídia divulga, pude ver com meus olhos como é a rotina de um hospital público. Pessoas desesperadas em filas que não terminam, pais e mães com filhos desacordados em seus braços, necessitando de cuidados médicos. Médicos por sua vez enlouquecidos sem saber o que fazer devido ao grande número de pacientes que cada vez mais não para de crescer.
Na ala de internação, pessoas com os mais variados tipos de doenças (além da dengue, câncer, queimaduras, sangramentos, cortes expostos e muito mais) todas sentadas em cadeiras desconfortáveis e dividindo um mesmo banheiro, pois o outro estava quebrado e carecia de manutenção.
O mais incrível não é a maneira hipócrita que os governantes tratam os problemas públicos no Brasil, e sim como deixamos isso chegar ao ponto que esta (lembre-se bem, eles também tem uma parcela de culpa, pois deveriam administrar melhor as verbas públicas).Mas o que fazemos para reverter isso?
Pensar sobre a evolução humana se torna engraçado em momentos como esse. Temos telencefálo alterado que nos possibilita a capacidade de pensar e polegar opositor com movimento de pinça que nos difere dos outros animais. Contudo somos reféns de um mosquito e de um sistema que nos mesmos ajudamos a construir através do voto.
Moral da História:
Se você deseja mal a uma pessoa, não é necessário pedir muito, se ela ficar doente e depender do sistema de saúde, seu pedido já foi atendido!(parece soar engraçado, mas infelizmente é a pura verdade).
sexta-feira, 25 de abril de 2008
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